Abrindo as portas

As portas abriram-se e mostraram-me a vastidão do horizonte,
Derrubando as angústias ecoadas de tempos passados.
As paredes coloriram-se de vida e sonhos,
Fazendo com que o sentido voltasse a fazer sentido.
Minhas mãos abertas cobriram meus olhos por longa data,
tirando aos poucos a poeira que ficava em minhas fotos escondendo-me as lembranças.
De chave em chave eu tentei abrir essa porta,
que cada vez que eu a cruzava, me deixava novamente do lado de fora.
Agora, posso sentir o vento que me leva ao céu, e o motivo que me tráz novamente a terra.
Posso olhar pela janela, sem mais aquela vontade de voar.
Deixei que se apagassem todas as marcas que me queimavam,
todas as estradas que não segui, e todas as palavras que deixei de pronunciar.
Cheguei em meu destino, e não preciso mais escolher estradas,
não preciso mais percorrer caminhos que me deixam dúvidas,
não preciso mais esperar as luzes acenderem-se para poder enchergar.
Agora, nesse exato momento, eu cruzei a porta e encontrei o motivo de minha existência.

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