Aos nossos velhos

Que trilharam e abriram-nos as estradas que hoje pisamos,
que sentiram na pele o sol para nos dar o que desejamos.
Para nossos velhos que fizeram grandes descobertas,
que nos deixaram muitas portas abertas,
que mantiveram-se fortes até que o tempo os permitisse,
para que novas gerações um dia surgissem.
Para todos os que acreditaram e seguiram em frente,
erguendo as construções da vida, que hoje é vida da gente.
Para todos que dessa vida vasta,
acreditaram que de tudo na vida,
as vezes apenas mais um dia bom já basta.
Para os que lembraram de antes,
que viveram o presente, que se sentiram gigantes.
Para os que choraram e sorriram,
que plantaram e que serviram,
que ensinaram aos mais jovens o mundo,
que sentiram os prazeres e desprazeres,
que sentiram o amor que seja por um segundo.
Aos nobres, aos intelectuais, aos pobres.
A todos os que pela terra passaram,
ou que nela ainda estão,
que tenham passado na vida,
que tenha vivido por uma razão.
Deixo-lhes essa poesia,
desprovida de rimas belas,
mas sinceras à quem passou,
nessa vida de muitas guerras,
do poeta que sei que não sou.