Demônios de bolso

As palavras existem para descrever e ao mesmo tempo para ludibriar.
Elas nos encantam quando fantasiam nos emocionam quando são marcantes,
mas também tem o poder de ferir.
Palavras fazem o mundo girar, rodar, flutuar ou explodir.
A revista, o jornal, a bíblia ou a música...
Ela está presente até mesmo em bocas mudas.
Quando procuramos a palavra certa para dizer
acabamos por encontrar a palavra errada para ouvir
e o silêncio torna-se concreto e sólido.
A palavra fala, a palavra assina, a palavra mata.
Muitos não falam diabo, muitos falam muito Deus,
Outros preferem nem falar.
Eu te amo, eu te odeio!
Venha para meus braços, vá para o inferno!
Bêbados, drogados, homossexuais...
Rico, belo, bem-sucedido.
Palavras nos classificam e nos sentenciam.
Não importa o quanto impactante seja uma palavra
ou o quanto mórbido ou insignificante seja o motivo de sua pronúncia,
ela sempre terá um significado e um motivo para ter sido dita.
Por isso não posso jamais aceitar palavras ao vento ou palavras em vão.

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