Dúvidas estreitas

Nas mesmas estradas estreitas da esfera terrestre
Caminhamos em ruas diretas e incertas.
Andando em direções opostas dispostas a nos dar as costas.
Não há mãos seguradas e guiadas nessa caminhada.
A lua não brilha na trilha que intriga,
que insiste em deixar dúvidas divididas em ir ou voltar,
voltar para onde nunca tivemos, nem passamos nem voltaremos.
Em cada passo pisado nesse asfalto,
um passo mais próximo do próximo passo.
Por mais longe que se vá, não chegamos em nenhum lugar.
Por mais rápido que se vá, não chegamos onde se quer chegar.
Os olhos vão além do além, onde as vezes não há ninguém.
A vóz que ecoa no espaço distante aflige o instante,
em que queremos saber se sabemos por onde queremos passar,
onde queremos chegar e porque insistimos em caminhar.
Assim é nossa cabeça que tudo quer mas nada busca,
que fica apenas imaginando o que há depois da curva.
Assim é quem não sabe o que é.
Assim é quem não sabe o que quer.

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