Trilhas II

Por detrás das paredes que cercam minha história
existe um poema escrito em inconsciente,
talhado de lembranças e memórias inapagáveis.
Pedaços de tempo em que os frutos eram mais doces,
os amores mais comuns e simples.
Um poema ilegível para terceiros, mas tão claro para mim,
como o céu limpo em tardes de sol.
Os buracos no chão, me davam pernas maiores,
que me permitiam saltos seguros e corajosos,
saltos em que hoje minhas pernas já não alcançam.
Existia, nesse pedaço de tempo, uma simplicidade,
uma noite tão cheia de vida, que nos permitia passar por
ela acordados sem medo do amanhã.
Sempre valia um pequeno castigo ou palmada,
para poder ficar um minuto a mais naquela noite livre.
Mas a liberdade vai aumentando com a idade e o tempo,
e sua magia vai morrendo aos poucos.
Até que, em um belo dia, temos toda a liberdade do mundo,
mas nenhuma magia mais para sentir.
As árvores foram ao chão,
Os frutos já não nascem mais,
O campo foi tragado pela vida urbana,
E a simplicidade tornou-se complexa demais.
Então, descubro que a lembrança, em sua nitidez tatuada,
é a parte mais importante de toda minha vida,
que me faz nos dias de hoje, ser o homem que sou.

3 comentários:

  1. Olá Amigo, se você gosta de textos reflexivos, não deixe de ler o meu blog **O Mundo das Palavras**

    realidade03.blogspot.com

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  2. Oi!
    Eu sou prima da Amanda,e gosto muito do que "vc" escreve(pois sei que já trocou de dono este blog),estou te seguindo.Se vc puder me segue também,e quando puder comentar nas coisas que escrevo,agradeço.
    Vitória Lima.

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