Liberdade

Sigo a tempestade que carrega as páginas em branco,
abraço o verde queimado dos tempos de sol.
Sou imperdoável por meus pecados involuntários,
e insistentemente não insisto em acertar meus caminhos.
Das borboletas que plantei no asfalto,
muitas foram pisoteadas sem que suas cores fossem notadas,
mas ainda assim o vento lhes deu a magia de voar.
Apago algumas trilhas para não ser seguido,
por mais que eu siga na trilha pré pronta de alguém.
Ouço o reflexo de olhares perdidos na escuridão,
que pedem por estradas livres, iluminadas e constantes.
As vezes, deslizo pelo tempo,
em que o tempo me dava tempo,
e acabo sentindo que ele realmente não volta.
Algumas marcas os anos não conseguem apagar,
e as que ele tenta, eu as reforço deixando-as ainda mais fortes.
Gosto da liberdade desregrada e incerta,
em que vejo meus planos bem planejados dando errado,
e ao acaso obtendo alguns meros acertos.
O Adeus antes da chegada, o estar sempre de partida,
o horizonte diante dos olhos, o desejo, a vida.
Tudo isso é parte do que sou, do que quero ser,
do que não sei se já fui ou se um dia serei.

Um comentário: