Almas vazias

O mundo cheio de almas vazias...
O cheiro de egoísmo paira no ar pesado das grandes cidades.
Os vidros dos prédios de luxo não são transparentes,
Pois eles não enchergam o lado de lá.
Enquanto cadeiras giram, estômagos roncam,
e quando se comparam estatus e capacidades,
o privilégio é de quem nega.
Os jornais e programas de televisão fabricam dinheiro
usando a miséria de matéria prima e tudo parece perfeito
aos olhos de quem os dá ibope, sendo assim, são como eles.
Minha funerária espiritual cresce e prospera nessa cidade,
não deixando quase ninguém de fora.
As casas por aqui, são feitas sobre terras inférteis
em terrenos tortos, e paga-se muito por isso,
e cada vez pagarão mais.
A cidade morre na madrugada,
onde andam apenas mendigos e taxistas,
talvez, ambos com as mesmas necessidades,
com as mesmas vontades.
Nas noites frias, posso sentir do meu quarto a ânsia
de alguém que tenta se aquecer em meio a papelões,
nas marquizes dos prédios, debaixo de viadutos
onde passam carros de hipocrisia latente.
Meu telhado me olha, me estuda, e no final das contas,
me chama de egoísta também.
Mas sei que, um dia, essa cidade também será vazia,
assim como as mentes que nela habitam.

Um comentário:

  1. Nossa alma morre cada vez que paramos pra pensar nessas coisas que abordas aqui... Enlutamos só de pensar no caos das mentes malfazejas que há neste mundo, porém, de nada nos valerá, Amigo Insano! Apenas teremos rugas a mais e lutos na alma...

    Mas solidarizo contigo em tese!

    BJ

    Cat

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