A Partida



Preparado para as pedras, para as perdas
Ao que agrava em vida plena
vida plana, vendo planos
Abreviados
Ás breves idas
De subidas em súbitas quedas
Avisado
Que o avesso de viver
é a morte, onde a morte não te mata
Mas maltrata ao vazio
Que fica na mesa
Que finca na pele a saudade
A lembrança
Uma cobrança que o mundo faz
De nossos atos, abstratos, sem temer
Sem tremer
Mas ela vem e nos tira
E retira do convivío da gente
Tanta gente que não sente
A presença quando deve
Só se lembra quando perde
E sempre chora
Quando a hora
De partir é chegada
E a estrada se acaba
Nunca mais se refaz
Um novo alguém que se foi
E depois sabemos enfim
Que da vida que passou
Nossa morte pôs um fim.





23 comentários:

  1. Um fim que arremete recomeço
    Recomeça o que logo não terminou
    Fim que se assemelha veneno
    Veneno que mata quem fica!

    Lindo retrato da morte/fim/adeus. Pena que a morte nem sempre é o fim e sim uma nova oportunidade...

    abç

    Catia

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  2. Gostei,legal!
    Lembra a frase: "De que adianta chorar na ausência,se nos esquecemos de sorrir na presença?"

    Muito bom,boa noite.
    Ótimo domingo,
    Abraço.

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  3. e talvez nem assim seja fim...
    Bela tua visão sobre a morte,escreveste de forma intensa!
    Um beijo.

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  4. olá amigo!
    esse poema me fez lembrar um do Mário Quintana,que diz que a vida é como uma hospederia,e quando chega a hora de partir nunca estamos com as malas prontas...
    é exatamente isso que nos ocorre...
    a morte é o avesso da vida,ou vice e versa...
    eterno dilema humano!
    Beijos,
    bom fds!!

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  5. Muito bem escrito! Gostei desse teu olhar para essa partida. bjs e bom domingo.

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  6. Olá Insano;

    Belas palavras, a partida é sempre um momento indecente! Outro dia vi em um outro blog um video do Pedro Bial que falava que morrer é ridículo. Você faz planos, tem contas pra pagar, está no meio da leitura de um livro, precisa fazer um monte de coisas, e de repente morre? Como Assim?

    Mais a vida é como um espetáculo de teatro. Quando ele acaba, recomeça de novo em outro momento. O espetáculo nunca termina, é só o público que muda!

    Um bom domingo pra você amigo!

    Canata

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  7. A morte é o regresso à nossa verdadeira morada e a bagagem que levamos, só depende de nós. Beijos, Poeta!

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  8. É triste esse silêncio que não propiciará conserto. O não dito não mais poderá ser revelado na ausência definitiva. Mas será, mesmo, fim?

    Bjs.

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  9. Pedras e perdas! o trocadilho permite perceber a beleza da palavra. Grata pela visita. Boa semana.

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  10. A morte chega de repente
    e leva da gente tantas pessoas boas...
    Já cheguei e ela havia levado minha mãe.
    Ela já fez coisas incríveis.
    Levou meu irmão, meu pai e meu sobrinho...
    Levou meu vizinho
    levou... levou... levou...
    levou até o meu cão!
    E, o pior, deixa um vazio no coração da gente...
    Ela chega de repente...
    pra arrasar.
    Pra MATAR!
    Com carinho
    e uma certa dor
    uma flor
    rosa
    de Fátima
    ( http://www.seriax.blogspot.com- Maraláxia)

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  11. "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos".

    (Fernando Pessoa)

    Lendo teu poema me lembrei dessa citação de Fernando Pessoa.

    Linda tua reflexão, Poeta!!
    Abraços meu amigo e tenha uma ótima semana!!

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  12. Não,não é chatice...
    E sim,eu sei que sempre vou optar pelo certo,essa sou eu...correta!
    rsrsrs
    Valeu pelo comentário,e também por deixar claro que acredita em mim,é sempre bom saber que há pessoas que torcem pela gente,mesmo sendo poucas.
    Valeu!
    Boa noite

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  13. Tem um selinho para você lá no meu blog. As mesmas regrinhas de sempre (rss).
    O que vale, mesmo, nesses casos, é a indicação.
    Bjs.

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  14. Gosto muito de poemas feitos com aliteração.
    E aqui você usou bem em "P", o que veio a calhar, pois o tema é morte e isso lembra as batidas do coração. Quem usa esse recurso é gênio, pois têm que garimpar as palavras homógrafas.

    Cara, estou honrado triplamente: com sua visita, com seu comentário inteligente e gentil e por ser leitor de minhas idéias.
    Agora também sou adepto de seu espaço, que por sinal, não tem nada de insano, mas de sabedoria e de poesia.

    Olha, eu já visitara aqui alguma vezes, já era seu admirador.

    Abraços do novo amigo!

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  15. Um carinho
    Desalinho
    A morte vem com jeitinho...
    Não é o fim ...
    Outro começo quem sabe o avesso...
    Viver dói...
    Já morrer , não sei...desprender-se da materia é necessário ...

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  16. A morte é apenas um novo começo, esse que nao entendemos e temos medo. A saudade fica e maltrata, principalmente para os que não aproveitaram a vida vivida.
    Parabéns, eu gostei muito.

    Beijocas

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  17. Sabe meu poeta, lidar com a morte é sempre difícil mas aprendi que pra cada perda que tive ganhei em troca saudade, lembrança e uma história de vida juntos, parece pouco né? Mas é isso que me dá a certeza que no fim do meu caminho quando a minha hora chegar, sozinha eu não vou estar. Um bj carinhoso.

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  18. Belo poema... todos, ou quase, algum dia acorda e pergunta ao mundo o porque, e nos gritos do silencio, sente, ensurdecedor espanto da honestidade do desejo e do sentimento, que viver é urgente!

    Lindo blog,
    Abraço

    http://pensamentosifragmentos.blogspot.com

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  19. O vazio, a saudade que maltrata, sentimentos deixados por quem parte.
    A vida interrompida pela morte, morte de um corpo arrebatado pelo ato provável, inadiável...
    São duas mortes em uma só vida.
    Para quem parte e para quem fica.
    Quisera quando ela chegar descobrir que além de duas mortes ganhamos a sorte de ter mais uma vida para continuar.

    Adorei seu blog, cheguei aqui através do Humor.
    Sigo te lendo!
    Bom fim de semana!

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  20. A morte é sempre muito triste, mas foi feliz no poema.Gostei muito das suas palavras.Voltarei outras vezes.

    Beijos e um lindo fds.

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  21. para o poeta/insano sem nome :)

    http://seda7selvagem.blogspot.com/2011/04/tambem-nao-tinha-nome-era-um-barco-com.html

    ... entrou porque nem foi preciso toc toc...:)
    volte sempre!
    beijo!

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  22. p.s. - mais logo volto para te ler com atenção :)
    ... passei a correr :)

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