As coisas mudam


Ontem éramos grandes, em corpos pequenos
Hoje, minúsculos seres com pés colados ao chão.
As coisas mudam...
E nossas reticências são seguidas à passos curtos.
O luto do amor perdido torna-se moderado
E a vida que parecia ter acabado colore-se novamente.
Mudando, aprendemos a errar com mais competência,
afinal, é preciso competência para saber-se quando se erra.
Os conceitos de vida, de visão, de sobrevivência
Tudo vai oscilando, tanto quanto o tempo remetido ao acaso.
Que ao acaso, nos leva para terras distantes de interrogações,
Indagações que refletem em descobertas tão diferentes das expectativas.
A resposta de meu pai, talvez fosse uma pergunta.
A pergunta de minha mãe, talvez fosse uma resposta.
Tentamos mudar o mundo, e o mundo é que nos muda.
Lutamos para desmascarar e fazer cair por terra os segredos da vida,
Mas ao longo da batalha, notamos que só temos uma mão para empunhar a espada,
pois a outra nos serve para segurar à face a própria máscara.
As coisas mudam, e descobrimos os caminhos construídos dentro de nós.
Deixamos sempre algumas lembranças guardadas em nossos arquivos cerebrais,
para que se um dia nos perdermos de nós mesmos, sabermos o caminho de volta.
Lembranças...
Mudar, crescer, progredir...
Seguir...
Engatinhando na vida é que aprendemos um dia a correr.
E é nessa corrida que enfim descobrimos o quanto mudamos,
E o quanto as pessoas e as coisas à nossa volta mudaram também.


12 comentários:

  1. Olá, insano grande poeta. Grato por sua visita ao Poesias Partidas. É imensamente prazeroso quando se encontra alguém com quem se possa compartilhar da insanidade de se viver livremente nas linhas da Poesia. A amizade existe. É presente do Eterno a nos brindar com o calor do Seu divino amor. A amizade é uma dádiva, um amigo é uma bênção. Seja sempre muito bem-vindo.

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  2. Insano, estou apenas deixando o meu

    MANIFESTO À LOUCURA


    Em primeiro lugar, quero declarar-me louco.

    Quero deixar para depois qualquer ato de sanidade.

    Não quero que me acompanhe a sensatez nem a razão.

    Nada de lucidez nem claridade.

    E aonde quer que eu vá, que seja olhado com desconfiança

    por todos aqueles que se julgam normais.

    No mais, ser louco é mesmo atingir o cimo da liberdade.

    Se eu quisesse gritar, gritar muito, gritar até perder a voz,

    quem pensaria em me fazer parar?

    E se eu quisesse fazer mangoças e rir até perder o fôlego?

    Se quisesse mentir a todos e criasse o meu próprio mundo,

    onde fosse advertido pelo Ministério da Loucura

    que ser normal fosse "prejudicial à saúde"?

    Onde o lar de todo cidadão fosse um manicômio

    e amar fosse matéria obrigatória em todas as escolas,

    uma vez que a paz faria parte do patrimônio comum.

    Não haveria governadores no meu mundo muito louco,

    apenas artistas.

    Ao invés do exército, o Teatro nas ruas para que todo mundo visse

    e encenasse seus próprios personagens, vivesse o papel que lhe conviesse,

    ao seu modo e somente pelo inenarrável prazer de ser exatamente aquilo

    que na realidade não se pode ser.

    Os músicos também estariam por todas as partes,

    sempre acompanhados por um batalhão de dançarinos.

    E, como estou falando de todas as artes,

    não poderiam faltar os Poetas, Escritores, Escultores, Pintores, Forógrafos e

    Artesãos, sempre prontos para registrarem a todos os movimentos

    com seus lápis, pincéis, entalhedeiras, flashes e formões.

    No meu mundo seria assim: não haveria sermões.

    Nenhuma frase imperativa senão Viva! Ria! Ame! Liberte-se!

    Repressão e camisas-de-força não existiriam lá, também.

    Então, o que você está esperando?

    Aceite o convite da loucura.

    Viva ao menos no mais profundo íntimo do seu senso,

    mesmo nos recônditos da sua lucidez, um momento insano.

    Aliene-se.

    Porque do jeito como este mundo esta indo,

    do jeito como você tem vivido,

    a "Indesejável das gentes" lhe está sorrindo

    e você corre um sério risco

    de não ter mais tempo para isso.


    Marcos Alderico

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  3. Olá, grande amigo Poeta!
    É-me muito regozijo vê-lo de volta.
    A graça da vida e do mundo é não serem estáticos.
    As mudanças são necessárias até, às vezes, para continuarmos como somos, mas também temos que evoluirmos com elas, senão, ficaremos para trás, serôdios. Raul Seixas já dizia: "Prefiro ser essa metamorfose ambulante..."

    Espero e torço para que o amigo tenha superado tudo que obstou sua vida no ano que passou.

    Quero lhe desejar um feliz 2012 e lhe dar boas-vindas!

    Abraços fraternos!

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  4. Tudo está em constante mudança...
    Não há como fugir disso.Mas certas coisas são sempre as mesmas: a falsidade das pessoas,a aceitação,a ignorância àquilo que não queremos ver,a hipocrisia e o conjunto de tudo isso devorando-nos a cada dia...
    Difícil não se juntar a maioria,neah?!
    Vamos continuar tentando...

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  5. "tentamos mudar o mundo" quando de repente reparamos que afinal "é o mundo que nos muda"!
    que verdade enorme, Poeta, e dolorosa.
    beijo.

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  6. saudades suas amigo ^^

    ...
    a vida muda mesmo,inevitavelmente,felizmente ou infelizmente nunca se sabe...o fato é que ela muda e nos com ela...
    seu texto me lembra o que eu escrevi ontem kkkk'
    dps olha lá...

    enfim,
    é bom ter você de volta!
    suas rimas,letras melodias no silêncio são doces e agradáveis de ler...

    beeijo.
    até
    =]

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  7. É bom saber que não se esqueceu de mim...
    Andei pensando : "Ele deve estar muito ocupado com algo importante" ...
    Então pensei," será que ele está cuidando do filho?"
    Não sei,mas vc já é papai? rsrs
    Se for,me conta a novidade,ok?!
    Beijos,até mais.

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  8. tudo muda em uma constante sequência de vida e morte de tempos,pessoas e nós mesmos...

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  9. As coisas mudam mesmo... e as vezes nem percebemos...

    Saudades

    Catita

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  10. *Ontem éramos grandes, em corpos pequenos* *Hoje, minúsculos seres com pés colados ao chão.* *As coisas mudam...* *E nossas reticências são seguidas à passos curtos.* *O luto do amor perdido torna-se moderado* *E a vida que parecia ter acabado colore-se novamente.* *Mudando, aprendemos a errar com mais competência,* *afinal, é preciso competência para saber-se quando se erra.* *Os conceitos de vida, de visão, de sobrevivência* *Tudo vai oscilando, tanto quanto o tempo remetido ao acaso.* *Que ao acaso, nos leva para terras distantes de interrogações,* *Indagações que refletem em

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  11. Ao passar pela net encontrei seu blog, estive a ver e ler alguma postagens
    é um bom blog, daqueles que gostamos de visitar, e ficar mais um pouco.
    Eu também tenho um blog, Peregrino E servo, se desejar fazer uma visita
    Ficarei radiante,mas se desejar seguir, saiba que sempre retribuo seguido
    também o seu blog. Deixo os meus cumprimentos e saudações.
    Sou António Batalha.

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